Num dos (muitos, muitos mesmo) grupo do zap de que participo, alguém compartilhou o link para esse “jogo” ao estilo cartinhas de Pokemon, que surgiu numa cidadezinha no Japão. Resumidamente, criaram cartinhas com os idosos conhecidos da cidade, e a gurizada, para colecioná-las, tinha de encontrar esses idosos. O resultado foi uma maior integração entre essas gerações, e todo mundo saiu ganhando.
Recentemente, assisti a Ao Norte do Norte, na Netflix, uma série que se passa em terra inuíte, láaa ao norte do Canadá, e conta com atores nativos e muitos diálogos no idioma deles. (Eu amo séries que fogem do padrão, amo séries de fora dos EUA, e amo ainda mais séries faladas em idiomas menos convencionais. Na Cartinha 02 até recomendei uma.) A série é bonitinha e gostosa de ver, e consegue colocar ali no meio muita crítica à condição da mulher e dos povos nativos, de forma leve e com piadinhas. Espero que tenha mais temporadas. Mas num episódio dessa série (é um pouco spoiler, mas eu juro que não afeta a história principal nem os conflitos da série), nossa protagonista recebe a tarefa de cuidar das noites sociais dos idosos, que são incrivelmente tediosas. Como é mãe solo, numa dessas noites ela precisa levar a filha junto. A presença da criança ali traz vida nova aos idosos, então ela tem uma ideia e decide recrutar as crianças da cidade para interagirem com os sábios. E o resultado é lindo.
Fiquei pensando muito nisso, na convivência intergeracional que hoje em dia é mais rara. Não fui atrás de dados, nem estudo nada disso, nem tenho intenção de fazer um ensaio ou artigo sobre o assunto, falo apenas do que observo, como a cronicante descompromissada que me proponho a ser aqui neste canal. Mas “antigamente”, as avós se aposentavam, ficavam em casa, cuidavam dos netos, que moravam perto ou junto. Acho que hoje as avós infelizmente trabalham mais e até mais tarde, ou os filhos e netos vão pra outro lugar e acabam visitando menos as avós.
Talvez seja apenas algo a que ando mais sensível, já que tenho conseguido visitar minha mãe, avó do meu filho, só duas vezes por ano desde a pandemia. Só sei que fiquei mexida com essas histórias.
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Adivinha quem está fazendo mais um curso de escrita? Pois é. Na primeira aula, a profe colocou a gente pra escrever algo curtinho no tema “magenta”, e saiu este diálogo:
— Eu vou ser a senhora Magenta.
— Não tem Magenta no jogo.
— Não "tinha", eu pintei meu peão, olha só, magenta.
— O peão pode ser magenta, mas não tem o personagem.
— Pois agora, tem. Ta-dá! Tá aqui a senhora Magenta.
— Hahahah ficou engraçada, é tua professora de literatura, né?
— A própria, dona Megera agora é a Senhora Magenta. Fiz também mais armas.
— Pra quê?
— Porque eu queria um serrote. E um bisturi. E beladona.
— Por que que tu nunca consegue jogar o jogo normalzona?
— Sei lá, fica sem graça depois da centésima vez.
— Tá. Vamos lá jogar então com a dona Megera.
— E vocês nem viram ainda o cenário Castelo da Transilvânia que eu desenhei!
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Domingo dia 27 teremos nosso primeiro encontro. Assinantes receberão o link para o encontro no e-mail no domingo mesmo. E ainda dá tempo de assinar!
Conversa comigo nos comentários e deixa uma curtida ali pra me ajudar!
Nossa, na minha família sempre convivemos muito crianças e velhos, minha avó tinha 8 irmãos. Nós moramos com meus avós por muito tempo. Nas novas gerações, isso não rola tanto mesmo. Mas Gabriel pôde conviver um pouquinho com a bisa e volta e meia ele diz que sente saudade.
Minha sogra diz isso das crianças... E dá pra ver a melhora impressionante dela depois que os netos foram morar lá ♥️