Acho que não é surpresa pra ninguém o fato de que eu amo estudar. Sempre gostei. Mesmo quando a escola era um lugar desagradável para mim, estudar sempre me interessou e animou, e acho que não teve momento algum da minha vida quando eu não estava enfiada em algum curso —só no puerpério e nos primeiros anos de vida do meu filho, que foram desafiadores para mim, e quem sabe um dia eu fale disso, mas não hoje.
Já estudei de um tudo, como já falei em outra cartinha, e nos últimos dois anos mergulhei fundo no mercado editorial, porque queria trabalhar com livros. Tem sido uma viagem incrível, embora cansativa, e recentemente terminei mais uma formação (quem tiver curiosidade pode ver alguns detalhes iniciais sobre ela na aba nova que tá ali no meu site).
Só que aprender coisas depois dos 40 fica difícil pacas, e eu que já estou com uma perna e quase o corpo inteiro por cima do muro dos 50, afirmo que fica cada vez mais difícil, sim.
Comecei a fazer aulas de coreano em 2021, estudei on and off, parei por um ano inteiro, voltei este ano a sério, e simplesmente parece que a coisa não anda. Quando paro para estudar no fim do dia, que é quando dá tempo, meu cérebro já está pedindo arrego, depois de um dia inteiro de trabalho e cuidados com a casa, filho, gatos etc. Os dias em que consigo focar por 10 minutos são dias de glória, e em vários dias eu acabo nem abrindo os materiais. O sonho de obter a certificação básica em 2023 passou para 2026 e, embora a fofa da minha professora me incentive e apoie e diga que eu sou capaz de fazer a prova até mesmo este ano, eu sinto que existe a possibilidade de que nem em 2026 ela saia.
É frustrante. Eu tenho facilidade com idiomas. Quando estudei inglês, pulei vários níveis e aos 15 anos tinha me formado. Espanhol aprendi fácil, francês cheguei a falar tão bonitinho que uma vez na Bélgica a moça do caixa me falou o preço total usando os números em francês, não belga, e com dois anos de alemão eu já lia YA e a revista Brigitte. E no coreano eu ainda não sei nem os dois sistemas numéricos de cor.
É realmente muito frustrante. Ah, mas é outro alfabeto, dizem umas amigas, ah mas é outra estrutura gramatical, ah mas você já faz tanta coisa — é tudo verdade, e é verdade também que meu cérebro de quase 48 anos simplesmente não tem mais capacidade de absorver coisas como antes. Eu leio mais devagar, eu absorvo mais devagar, eu anoto mais coisas e consulto minhas notas com mais frequência. Demoro mais a memorizar coisas como vocabulário e nomes, e me pego com dificuldade de lembrar algumas palavras do dia a dia.
O difícil é manejar minhas expectativas, que estão alinhadas com minha experiência de aprendizado de idiomas quando jovem, e não cair no choro toda aula quando eu sei que eu já aprendi uma coisa mas não acho nas prateleiras empenadas da minha mente.
Toda semana penso em desistir. Toda semana lembro que decidi estudar coreano por prazer, que não tem ninguém além de mim cobrando nota e desempenho, e que se um dia essa língua servir de algo além de ver K-drama sem legenda, vai ser lucro. Toda semana passo pela montanha-russa de emoções e sento pra fazer tarefa de casa de novo.
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O próximo encontro do nosso Desclube de assinantes vai ser dia 13 de julho, domingo, das 16 às 17h30. Ainda dá tempo de se tornar assinante pago e vir para o encontro, em que vamos falar de livros de protagonistas maduras.
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E se você clicou no link do meu site lá em cima, viu que tem outra novidade ali… Logo conto mais!
Tem tempo que eu não paro pra estudar nada de verdade. São várias as coisas que eu queria aprender, mas todas elas eu queria um professor ao vivo, do meu lado, com colegas e material. Cansei do online, de fazer no meu tempo (que não arrumo), de poder desmarcar quando to moída. Eu quero ter que me dedicar ao ponto de ficar com raiva e bater pé falando que não vou, mas aí chegando eu lembro que eu to fazendo pq quero e é legal e etc. Sei lá se meu cerebro tá chegando aí nesse lugar de dificuldade, mas parece que é uma boa hora pra testar. Lá vou eu atrás de cursos presenciais de novo rs
Tati, eu adoro estudar também, e sinto que não é tão fácil quanto era. Te lendo fiquei pensando se faz diferença a gente acha que tem todo o tempo do mundo para aprender. Hoje eu espero resultados rápidos e não era assim, necessariamente, quando lá atrás. Não me lembro de ter aprendido inglês, espanhol e mesmo o italiano, que foi para o limbo, com pressa, comparando. Sei lá… mas já estou sessentada… é bem diferente